Prefeitura inicia pesquisas em residências para o Plano de Mobilidade
Mais de 15 mil pessoas começam a ser entrevistadas na próxima semana; cinco mil imóveis foram selecionados para participar do estudo
Cinco mil imóveis de Londrina foram sorteados para participar de um estudo que dará continuidade às ações de elaboração do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PlanMob Londrina), iniciadas em outubro de 2018. A nova etapa será uma pesquisa domiciliar que irá coletar informações sobre os trajetos e destinos percorridos por todos os moradores consultados, que utilizem meios de transportes ou não. Mais detalhes sobre as atividades foram apresentados em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (5), no gabinete do prefeito Marcelo Belinati.
Participaram o presidente do Instituto de Planejamento Urbano de Londrina (IPPUL), Roberto Alves Lima Junior, e a diretora de Trânsito e Sistema Viário do órgão, Denise Ziober, além de Wagner Colombini Martins, presidente da Logit Engenharia Consultiva, empresa contratada por licitação para conduzir os trabalhos de pesquisa. A consulta domiciliar permitirá a montagem de um banco de dados que informe precisamente quais as demandas da população quanto à mobilidade e acessibilidade, auxiliando na definição de obras para trazer melhorias e intervenções no sistema viário municipal.
Já nesta semana, as residências selecionadas vão receber correspondências emitidas pela Prefeitura, por meio do IPPUL, informando sobre os procedimentos da pesquisa de origem e destino domiciliar (O/D domiciliar). Os agentes começam a coletar os dados nas residências na próxima semana, dia 12. A expectativa é que, até o final de abril, sejam entrevistadas mais de 15 mil pessoas. Neste período, devem atuar de 30 a 60 pesquisadores.
Segundo o presidente do IPPUL, o estudo de planejamento de mobilidade tem como foco a produção de um inventário sobre o atual sistema viário de Londrina, trazendo um panorama sobre quais são os percursos feitos pela população, seja a pé ou com diferentes tipos de veículos, e que mudanças podem ocorrer em trajetos e na questão estrutural. “Toda a parte de pesquisas de campo, incluindo esta etapa de entrevistas em domicílios, será utilizada para a montagem de um banco de dados que permitirá verificar, por exemplo, se o transporte coletivo está operando de forma satisfatório ou não, e de que forma atendem aos interesses dos usuários”, explicou.
Lima Junior ressaltou que será possível rever rotas, prolongamentos e duplicações de ruas e avenidas, transposições, entre outros pontos essenciais. “Essa análise é importante pelo fato de indicar uma base técnica que irá nortear, de forma segura, como podem ser executadas obras públicas, de modo que tenham eficácia garantida para a fluidez e qualidade de tráfego. O último estudo dessa natureza ocorreu em Londrina faz tempo, em 1994, e portanto é necessário que haja uma atualização para que sejam otimizados os gastos públicos com obras”, acrescentou.
O prefeito Marcelo acompanhou a apresentação e afirmou que uma das prioridades do Plano de Mobilidade Urbana é tornar o transporte coletivo mais barato para o passageiro e mais eficiente. “Por eficiência, entendemos como menos tempo de espera e de percurso, paralelamente a trajetos mais inteligentes e funcionais”, considerou.
Para Wagner Colombini Martins, presidente da empresa Logit, as pesquisas de opinião vão mostrar como ocorrem as movimentações na malha viária em Londrina, apontando onde são os locais que mais geram e atraem viagens, bem como os fluxos, volume de veículos e formas de movimento dos cidadãos nos ônibus. “Mobilidade é um tema debatido intensamente em nível mundial como elemento essencial para o desenvolvimento urbano de qualquer polo. Isso envolve o pedestre e sua segurança, o transporte não motorizado, evolução do transporte coletivo e melhoria de fluxo de veículos pesados. Esta ordenação é fundamental”, apontou.
Por sua vez, Denise Ziober, do IPPUL, enfatizou que, além de ser um premissa do governo federal, este Plano é uma incumbência do poder público municipal, que, com esta consulta domiciliar, terá um retrato da mobilidade em Londrina. Ao conversar com a população, será possível identificar os principais problemas do sistema viário e montar um planejamento a contento, para produzir soluções seguras e sustentáveis. “Por isso, pedimos que os moradores participem e recebam os pesquisadores, pois todo este trabalho será utilizado para melhorar as condições de transporte e mobilidade. Os entrevistadores estarão identificados com crachá e uniforme, e as pessoas poderão saber quem são pelo seu nome e foto no site do IPPUL”, sugeriu a diretora.
Como funciona – Para a pesquisa O/D domiciliar, a cidade foi dividida em 90 zonas de tráfego, onde ocorrerão as visitas, de domingo a sábado. Nas cartas, encaminhadas pelo Município, irá constar uma senha exclusiva, visando garantir a segurança dos moradores através da identificação dos pesquisadores, que deverão confirmar o número exatamente como consta na carta.
Os pesquisadores também serão identificados pelo uso de uniforme e crachá, contendo foto e nome completo. Na página do IPPUL no Portal da Prefeitura, ippul.londrina.pr.gov.br, será divulgada uma lista com o nome e foto dos pesquisadores contratados. E caso haja dúvidas quanto a qualquer informação, a população pode ligar para o telefone (43) 9 8860-7498.
Durante a entrevista, os moradores presentes irão responder perguntas sobre as viagens feitas no dia anterior, o motivo de cada uma, como trabalho, escola, lazer, saúde; e o meio utilizado para cada viagem (a pé, bicicleta, carro, ônibus). Também serão abordadas questões socioeconômicas, como faixa de renda e grau de instrução, por exemplo. Todas as respostas são criptografadas, para garantir o sigilo das informações fornecidas.
Será feito um cruzamento de dados, entre as informações coletadas na pesquisa O/D domiciliar e as projeções socioeconômicas do Município, com o objetivo de definir quais as necessidades futuras de Londrina em relação à mobilidade. O estudo irá propor também intervenções que melhorem a acessibilidade e circulação, além de reduzir congestionamentos e investir de forma correta os recursos públicos.
Sobre o PlanMob – É previsto na Política Nacional de Mobilidade Urbana, regulamentada pela lei federal nº 12.587. Trata-se de um instrumento essencial para que a Prefeitura de Londrina esteja apta a receber recursos federais para serem investidos neste segmento. Além disso, servirá como norteador de outra deliberações importantes em âmbito municipal, como o caso da Lei de Uso e Ocupação do Solo.
Antes do início das pesquisas em domicílios, as primeiras ações do PlanMob Londrina foram realizadas entre outubro e novembro. Já estão em andamento diversas contagens volumétricas de veículos, pesquisas de percepção, avaliação se ônibus estão muito cheios ou vazios nos mais variados horários de rotas. Também está sendo analisado quantos passageiros descem e sobem durante um trajeto, quantos permanecem nele todo, além de contages nos principais limites municipais, como quem vem de cidades vizinhas como Cambé e Ibiporã.
As atividades ficaram pausadas no período de férias escolares (dezembro e janeiro), pois há uma alteração substancial no trânsito de rotina da cidade. A previsão é que a parte inicial de pesquisas esteja concluída em cerca de três meses.
Fotos: Vivian Honorato
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