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Município avança em projeto de restauração do Calçadão no trecho do Ouro Verde

O novo projeto tem como finalidade propiciar a recuperação deste trecho do Calçadão a partir de 2019

  • Escrito por Renan Oliveira
  • Publicado: Quinta, 27 de Dezembro de 2018, 14h05

A Prefeitura avança no planejamento para promover melhorias em um dos principais cartões postais do município, o Calçadão de Londrina. Na última sexta-feira (14), o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (IPPUL), por meio da sua Diretoria de Projetos, e a Secretaria Municipal de Cultura, através da Diretoria de Patrimônio Cultural, protocolaram junto à Secretaria de Estado da Cultura as diretrizes do Projeto de Restauração do Calçadão, no trecho específico entre as avenidas Rio de Janeiro e Minas Gerais, incluindo a Praça Willie Davids. O espaço público tem grande importância para a cidade, por ser área de entorno do Teatro Ouro Verde, que é um bem tombado em nível estadual por iniciativa do Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico Cultural do Paraná.

O novo projeto tem como finalidade propiciar a recuperação deste trecho do Calçadão a partir de 2019,calçadao.revitalização.V2 com intervenções para qualificar o local preservando elementos originais que já são sua marca registrada em Londrina, principalmente o piso petit-pavé em preto e branco e as luminárias em formato de araucária. Com isso, o Município pretende oportunizar aos cidadãos locais e visitantes da cidade acesso a um espaço mais agradável e seguro, valorizando também seu caráter histórico e afetivo.

As diretrizes do projeto resultam do trabalho desenvolvido pela Diretoria de Projetos do IPPUL, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e integrantes do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (COMPAC), que formou uma Comissão Técnica especialmente para debater o projeto. A elaboração desta etapa teve início em setembro de 2018, mas, antes disso, pesquisas e levantamentos que embasaram o projeto vinham sendo feitos desde 2015.

De acordo com a Diretora de Projetos do IPPUL, Camila Silva de Oliveira, o projeto segue as recomendações da Coordenadoria de Patrimônio Cultural do Estado, que avaliará a proposta encaminhada. Após a aprovação, a etapa seguinte prevê a contratação de um projeto executivo e abertura de licitação das obras. “A ideia é fazer a recuperação geral do piso petit-pavé e fazer os reparos necessários na iluminação, sem que o perfil original seja modificado. Também será inserido novo mobiliário, incluindo bancos, floreiras, lixeiras e alguns quiosques, de acordo com a concepção original do projeto”, informou.

Camila frisou que as diretrizes dão base orientativa para quem for responsável por executar o projeto e disse que a atuação em conjunto com o COMPAC e a Secretaria de Cultura é muito importante nesse processo. “Após as pesquisas, buscamos avaliar a situação do local e suas principais necessidades. Protocolamos o documento no Estado antes do término do ano para que o andamento seja mais ágil”, salientou.

A diretora de Patrimônio Artístico e Histórico-Cultural da Secretaria Municipal de Cultura, Solange Batigliana, afirmou que a recuperação do Calçadão no trecho do Ouro Verde é uma ótima oportunidade para que o espaço seja melhor preservado, mais frequentado e valorizado pela própria população. “Um bom projeto de preservação atrai as pessoas para que desfrutem dos bens públicos, fazendo-as ter orgulho de onde moram. Ao manter os elementos que reforçam a importância histórica do local, a iniciativa ganha mais respaldo e fortalece os laços dos moradores com o meio urbano”, destacou.

Como mecanismos importantes que deram base para o desenvolvimento deste projeto, Solange citou a Lei de Preservação Cultura, nº 11.188, de 2011, e a atuação do COMPAC, que teve seu primeiro mandato em 2015. “São ações que ajudaram a fortalecer o trabalho para melhorar o entendimento da cidade sobre a preservação dos patrimônios artísticos e culturais em Londrina”, concluiu.

Paralelamente ao novo projeto, outras articulações já estão sendo feitas visando intervenções para reparos, limpeza e manutenção do Calçadão. Para isso, o IPPUL realizou um mapeamento dos trechos danificados no piso para orientar as ações das secretarias responsáveis. A CMTU também foi acionada para fazer a lavagem do piso, enquanto a Sercomtel Iluminação ficará incumbida das providências para a para reposição de globos quebrados das luminárias e substituição das lâmpadas por LED.

Ações – Antes do envio das diretrizes do projeto ao governo estadual, no dia 19 de novembro outro passo importante foi dado para que o material fosse consolidado. A equipe do IPPUL e da Secretaria de Cultura, junto à Comissão Técnica do COMPAC, recebeu o representante da Coordenadoria de Patrimônio Cultural do Paraná (CPC), o arquiteto Maicol Renato Barbizan, que veio de Curitiba para fazer uma visita em campo, antecipar orientações técnicas e fazer recomendações com o intuito de agilizar a análise do projeto junto ao Governo do Estado. Uma das atribuições da CPC é apoiar e assessorar ações de preservação em áreas urbanas de interesse histórico.

Barbizan reiterou a importância de valorizar os elementos identitários - luminárias e piso originais. Ele recomendou a contratação de um escritório especializado em restauração para elaborar o projeto executivo, uma vez que não se trata de uma simples reforma, mas de uma ação de preservação de um dos locais mais importantes da cidade, tanto para a sua história quanto para o tempo presente.

Uma vasta pesquisa já havia sido feita com apoio da Secretaria Municipal de Cultura, com verificação no Arquivo Municipal em busca de fotografias, documentos e vestígios do projeto original, elaborado em 1977, pelo arquiteto e urbanista Jaime Lerner, que se inspirou na Rua das Flores (1972) em Curitiba, a  primeira via exclusivamente de pedestres no Brasil e também de sua autoria.

O Calçadão de Londrina era parte do projeto Novo Centro, em que Lerner pensou o centro da cidade como um território de grande vitalidade, com espaços que estimulassem a convivência, o comércio, as manifestações populares e artísticas, e a mobilidade do pedestre.

 

Fotos: Vivian Honorato

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